domingo, 23 de julho de 2017

Projeto do SENAI PB e Empresa Mundial TECH transformará lixo em insumo para a indústria

A produção de lixo no Brasil cresce a cada dia, é o que revela um estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) Segundo a Associação, 58% de todo o lixo produzido pela população brasileira vai para os aterros sanitários, os 42% que correspondem a aproximadamente 76 mil toneladas de resíduos sólidos vão para os lixões, e não possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para proteção do meio ambiente ou degradação.

Ainda de acordo com a pesquisa, de todo o lixo coletado no Brasil, 22,1% dos resíduos sólidos estão no Nordeste, o restante está dividido entre as regiões Sudeste (52,5%) e Sul (10,9%), Centro Oeste (8,1%) e Norte (6,4%). No Nordeste, no ano de 2012, segundo a pesquisa, foram coletadas 40.021 toneladas de lixo/dia, com 31,6% deste montante sendo descarregados em lixões.


O acúmulo de resíduos sólidos nos lixões gera a produção de substâncias como Cromo, Enxofre e Chumbo.  O Chorume que é o líquido originado pela decomposição do lixo, por exemplo, contamina os lençóis d’água. E com o objetivo de propor uma solução para esse problema, o Centro Inovação e Tecnologia Industrial – CITI, do SENAI em parceria com a Empresa Mundial TECH de Campina Grande - PB, desenvolveram um projeto que permite transformar os resíduos sólidos como garrafas, pneus, sacolas plásticas, madeiras e outros em insumos que poderão ser utilizados na indústria de Construção Civil, Cimenteira e na Indústria de Blindagem Automotiva.

O Projeto, denominado Usina Beneficiadora de Resíduos Sólidos (UBRS-I), fruto de 18 anos de pesquisa, funciona por meio da engenharia reversa de materiais, realizando um processo químico que separa os elementos, transformando o lixo em tijolos, telhas, blocos, vigas betume de aplicação a frio, e toda aplicação de agregados em qualquer faixa granulométrica ou bitola desejada. Merece destaque a brita sintética durável, insumo que pode ser utilizado na construção civil, e apresenta sete vezes maior resistência, 50% maior leveza e maior durabilidade do que a brita de granito.


O lançamento da UBRS-I aconteceu nesta quinta-feira, dia 21/05, na Unidade do SENAI CITI, localizada no Distrito Industrial de Campina Grande. Além do Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, Francisco de Assis Benevides Gadelha, estiveram presentes no lançamento da Usina, a Diretoria da FIEP, empresários, autoridades políticas, e representantes da sociedade civil.

O Presidente da FIEP, Francisco Gadelha, falou dos impactos econômicos e sociais do equipamento. “Para qualquer cidade do Brasil, o equipamento é extremamente vantajoso. Com a Usina, é possível destinar 76% dos resíduos acumulados nos lixõese transformar em insumo, a exemplo da brita, que tem um peso menor que a brita de granito. O SENAI CITI, apoia e incentiva a inovação, neste sentido, o pesquisador nos apresentou a ideia, nós desenvolvemos a Usina, e produzimos este protótipo, que tem aproximadamente 15 metros de extensão, toda tubulação e reator, podendo atender uma população de até 1.000 pessoas. Para cidades com 50 mil habitantes, os técnicos avaliarão a necessidade de aumentar a Usina”.
 
O pesquisador e representante da Empresa Mundial TECH, Romero Leite ressaltou o ineditismo do Projeto e sua aplicabilidade: “Não existe em todo o mundo, uma tecnologia semelhante que dê a destinação adequada ao lixo, como esta Usina realiza. A humanidade será a grande beneficiad
a, pois será possível deixar de extrair o insumo mineral do meio ambiente e poderemos utilizar o lixo para produzir as mais diversas matérias-primas. Um dos insumos, a brita sintética, pode ser utilizada no asfalto, no pavimento como base de terraplanagem, ou em placas e tem durabilidade de cerca de 2.800 anos, de acordo com as pesquisas realizadas por nossos técnicos. A Usina pode produzir um produto modelável, o que permite a aplicabilidade do produto em diversas áreas. Os custos do equipamento serão negociados com os empresários interessados”, revelou o pesquisador.
Informações adicionais podem ser obtidas através do telefone: (83) 2101-5396.
Assistir vídeo: 
http://g1.globo.com/pb/paraiba/jpb-1edicao/videos/v/projeto-transforma-lixo-em-britas-em-campina-grande/4197835/