quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Açude Coremas, Medições - Etapa - I.

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Neste (17) de Novembro de 2015, foi realizada mais uma inspeção no Açude Coremas Mãe D’água. Os trabalhos foram coordenados pela S.O.S Rio Piancó, que através de seus membros: José Rodrigues Filho e Romário Jerônimo, onde oportunamente realizaram diversas medições.

No curso das atividades desenvolvidas foram efetivadas várias medições, afim de descobrir a real situação em que se encontra o manancial hoje, todos os detalhes minuciosamente observados, onde oportunamente ficou bem claro que o manancial atingirá o seu volume morto até o mês de janeiro de 2016.

A marca da laminas d’água de sua capacidade total, nitidamente afixada, no alto da torre de comando, sinaliza sua quota de sangria.

A medição foi realizada justamente na torre de comando acima citada, e foi efetivada da seguinte forma; Através de uma trena com capacidade de medir até 50 m, cinquenta metros. O equipamento contendo um pendulo de 1. Kg na ponta, onde oportunamente foi lançado no sentido do piso natural de terra, ficando assim constatado um declínio em sua coluna d'água de 19.26 cm, dezenove metros e vinte e seis centímetros.

Em seguida foi realizada medição da profundidade da coluna d'água restante para o pé da torre, mais precisamente no lado da parede (talude do açude), ficando constatada a seguinte medição: 1.96 cm, um metro e noventa e seis centímetros.

Ficando nitidamente claro que do nível de sangria, (quota da soleira) para a lama, (piso natural), localizado no pé da torre contem a seguinte medição: 21.22 cm, vinte e um metros e vinte e dois centímetros.

Mais uma medição foi realizada para descobrir a extensão da parte no perímetro descoberto pelas águas, mais precisamente na parte que se localiza entre a coroa da parede (talude de sustentação das águas), até a atual lamina d’água, ficando constatada a seguinte medição: 64.97 cm, sessenta e quatro metros e noventa e sete centímetros.

El Niño vai piorar a seca no Nordeste, diz especialista.

Professor doutor em Meteorologia, Paulo Nobre fez palestra sobre o El Niño na SudeneFoto: Társio Alves/Ascom/Sudeneicionar legenda
O semiárido do Nordeste é uma das regiões que mais sofre com os efeitos do fenômeno climático El Niño, agravando a seca. O fenômeno ocorre durante cerca de um ano dentro de três ou cinco anos (periodicidade irregular).
"O El Niño é um fenômeno que ocorre no Oceano Pacífico, principalmente. A temperatura do mar aumenta, próximo à costa da América do Sul, por vários fatores da dinâmica do oceano e da atmosfera, vem uma onda de calor do oeste do Pacífico, na Indonésia. E isso traz as nuvens também, traz precipitação que normalmente ocorreria lá longe aqui próximo da América do Sul", explica o professor doutor em meteorologia Paulo Nobre.
Quando a precipitação ocorre próximo à América do Sul, gera um braço de circulação atmosférica sobre o Nordeste, o que gera a seca. "É por isso que o El Niño é muito temido. Porque ele normalmente contribui para diminuir a chuva pela circulação atmosférica que causa", completa. Em 2015, começou por volta do mês de maio e tem previsão de duração de um ano. De acordo com o especialista, as expectativas são de que o El Niño atual seja um dos piores já registrados.
As edições do fenômeno climático que trouxeram mais problemas ocorreram entre 1982-1983 e 1997-1998, provocando secas no Nordeste e enchentes no Sul do Brasil. Os motivos incluem as ações praticadas pelos seres humanos, como o uso intenso dos combustíveis fósseis - que provocam emissões de gás carbônico - em vez de energias mais limpas. "Usamos ainda carros com motor à combustão interna, ainda se usa petróleo, uma coisa de 1900!", critica Nobre

ENERGIA SOLAR - Para Paulo Nobre, o investimento em energia solar pode contribuir para o combate à fome do semiárido nordestino por meio da geração de emprego (fabricação, instalação e manutenção) e renda no semiárido. "Num período de muito sol, você pode ter atividades econômicas que se beneficiem do sol, de forma que a ausência de chuva não prejudique [a economia]", explica.

O potencial de geração elétrica nacional solar é de 23,4 PWh/ano, enquanto o da eólica é de 6,7 PWh/ano e a da hidráulica, de 2,3 PWh/ano, de acordo com especialista. Segundo Nobre, o uso de painéis fotovoltaicos em telhados de casas do semiárido e em hidrelétricas do Brasil poderia promover a inclusão social da população, já que, com maior independência econômica das pessoas, seria possível investir mais em educação.

Áreas em estado avançado de desertificação em Pernambuco chegam a 11 mil quilômetros quadrados, que também poderiam ser aproveitadas para a produção de energia solar.

As informações foram dadas pelo professor na palestra de abertura do "Encontro de Clima: El Niño no Nordeste brasileiro, impactos e ações para o enfrentamento", realizado nesta sexta-feira (20) na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

"Nós vamos com nossos técnicos refletir como podemos incorporar isso dentro das metas do FDNE. Acredito que a colaboração foi muito grande dada pelo professor e que renascem ainda mais as esperanças de uma saída econômica para o Nordeste do Brasil", afirmou o superintendente da Sudene, João Paulo.

De acordo com o superintendente, o órgão criou o Grupo de Trabalho Semiárido Sudene, com o objetivo de aprofundar os estudos e encontrar alternativas para superar a seca no Nordeste.
Fonte: UOL